Sempre achei que falta na Home-Page do Passat uma matéria detalhada sobre a placa preta. Falar sobre suas origens, sua razão de existir, como obtê-la, por que obtê-la, entre outras dúvidas que pairam na cabeça de muitos donos de carros antigos, principalmente os recém-chegados neste meio antigomobilista. Bem, um dia farei. Enquanto isso, no maior resumo que eu possa fazer aqui para quem tem dúvidas sobre o assunto, a placa preta deveria contemplar veículos com 30 anos ou mais que mantenham um mínimo de 80% de originalidade. E essa originalidade deve ser atestada por um clube ou entidade cadastradas pelo Denatran para este fim.
Ditas estas rápidas palavras, voltemos ao mundo real. Absurdos envolvendo a placa preta não são novidade. Desde que a placa preta (vamos chamá-la de PP a partir daqui, pra facilitar) foi criada, gente esperta se aproveita pra ceder este benefício a veículos que não atendam as normas mais básicas da legislação específica sobre o assunto. Um caso notório era de uma Variant II 1978, extremamente original é verdade, que possuia placas pretas desde pelo menos 2005, antes mesmo de completar 30 anos. Outros casos famosos poderiam ser contados, mas não vamos nos alongar aqui.
Nosso amigo passateiro Willian Spera fotografou este Passat em um evento de São Paulo. Olhando a traseira rapidamente, trata-se de um belo Passat TS 1976. Com mais atenção, percebe-se a tampa traseira grande, exclusiva dos modelos L e LS. Olhando a lateral… rodas de liga modernas, totalmente incompatíveis com o objetivo da PP. Ao chegarmos na dianteira… Apenas um par de faróis nos aguarda, com direito a penduricalhos como as travas do capô. Uma bela salada que nunca deveria ter a PP. Mas tem…
Que fique claro: nada contra carros modificados aqui. Cada um faz o que quer. Mas o direito de um não deve transgredir a legislação. O problema aqui é modificar o carro e ter uma placa, um documento oficial do governo atestando sua originalidade e seu valor histórico, quando não tem. E, convenhamos, ainda fica feio e vergonhoso quando a pessoa chega com um carro assim em um meio antigomobilista, onde todo mundo sabe que aquele par de placas pretas não vale nada.
Quem tiver mais exemplos, pode mandar que divulgamos.
Vergonha, não! Mas convenhamos, quem tem um carro nessas condições, das duas uma: ou é muito picareta pra não ter vergonha disso, ou é um iniciante que compra um carro descaracterizado, deve ter pago muito $$$, e ainda sai como trouxa na história.
ops… entendam o “!” como “?”, ok?
Ou é a velha cultura brasileira de ser “esperto” burlando a lei e ainda se sentir orgulhoso…
Nem TS…é um 03 portas! Aqui em SP o número de PP aumentou por causa da inspeção veicular…
Acho que isso deveria ser estendido e publicado no site, não somente no blog.
Heitor, o curioso é que este Passat do post está com placas de outra cidade. Pelo menos neste caso não foi por conta da Controlar.
Sobre o site, concordo e gostaria de publicar mesmo. Mas o blog é mais ágil pra essas notas rápidas, principalmente pra futuramente publicar outras “placas treta” que recebermos. Mas pretendo fazer no site uma matéria mais detalhada sobre a placa preta e, claro, também abordar essas aberrações.
as vezes o carro erá um ls original digno de PP, alguem comprou e gosta da faixa do TS e fez essa caca, na minha cabeça só pode ter sido isso…
Três portas com faixa de TS já é questionável, mas se o dono fez consciente que isso nunca existiu…, vá lá, o carro é dele. Mas com placa preta é de lascar! Só falta surgir uma nova lenda urbana de que foram fabricados alguns poucos e raríssimos TS com essas características. E ainda vão dizer: “eu vi um e tinha até PP!”
Esse é o ponto, Cláudio… Um belo dia, em um evento qualquer, algum desavisado e ingênuo veria esse carro e acreditaria que houvesse um TS com faróis do LS e 3 portas.
Da mesma forma que muita gente acredita que sairam Fuscas “saia e blusa” de fábrica nos anos 60, porque não é difícil achar um destes com PP.
Falta fiscalização para conter estas “aberrações”. Se houvesse uma fiscalização séria com multa, pontos na carteira e cassação da PP creio que acabaria este “comércio”;
Mas, aqui na “Terra Brasilis”, isto está longe de acontecer.
Mas e se o dono fez (a caca) depois de ter conseguido a PP? Me desculpem a ignorância, mas depois que se consegue a PP, quem fiscaliza a permanência das condições de originalidade que ensejaram a sua consecução?
Segundo as normas que possuo, a FDVA e os clubes tornam-se responsáveis pelo Certificado de Originalidade ao emiti-lo e sempre que alguma norma for desrespeitada eles podem caçá-lo.
No “site” do Fusca Clube existe este parágrafo:
” O Fusca Clube do Brasil tem por obrigação cancelar o Certificado de Originalidade de veículos que não mantenham as mesmas condições de originalidade da vistoria.
A diretoria do Clube estará sempre presente em eventos, identificando veículos com Placa Preta descaracterizados e denunciando à Federação Brasileira de Veículo Antigos – FBVA, para que providências sejam tomadas.”
Será que isso ocorre?
Se o proprietário fez isso depois de obter a PP de maneira séria, ou seja, alterou o carro assim tendo consciência do que fez, aí é ainda pior, na minha opinião.
Isso merece cadeia pra quem tem veículo nessas condições e a quem autoriza isso numa vistoria tambem! Isso é contra a lei! E ainda acham que é bonito ser feio!
Vergonha total!
Lindão o Passat TS. TS era de tesão? 😀