A Federação Brasileira de Veículos Antigos divulgou há alguns dias o documento que ficou conhecido como “Carta de São Paulo”. Este documento é o resultado obtido durante as reuniões do II Workshop Nacional da FBVA, realizado no mês de novembro de 2014 na capital paulista. A primeira edição do Workshop havia sido realizado no ano de 2005. Passados quase 10 anos, os membros da FBVA sentiam que havia a necessidade de atualização de algumas normas da entidade.
A Carta de São Paulo traz tópicos importantes tratados durante o evento. Foram constituídas oito comissões de diferentes temas. Tais comissões tratam dos seguintes assuntos: Placa Preta; Importação de veículos de coleção e peças de reposição; implantação de tecnologia aplicada aos clubes de antigomobilismo e à FBVA; Eventos e Exposições; Atividades dinâmicas e esportivas; Planejamento estratégico e orçamentário; Veículos antigos modificados; Assessoria jurídica, financeira e contábil. A Carta de São Paulo traz as conclusões alcançadas por cada uma destas comissões.
Vamos ao ponto que mais interessa a maior parte dos proprietários de veículos antigos: os trabalhos da Comissão de Placa Preta. Esta comissão contou com dezenas de participantes de clubes filiados e também convidados. Os trabalhos resultaram em uma nova planilha de avaliação. as alterações nos procedimentos de avaliação para obtenção da placa preta. Tais modificações passam a valer para os processos realizados pela entidade.
Fizemos uma rápida análise no texto dos trabalhos desta comissão. E no que concerne de importante aos proprietários de Passat interessados em obter o Certificado de Originalidade através de um clube federado, enumeramos alguns pontos que a Carta de São Paulo nos traz.
Passa a valer, por exemplo, o uso de acessórios. Isso será permitido, desde que sua comercialização na época da fabricação do veículo seja comprovada. Esta comprovação deverá ser feita, por exemplo, algum anúncio de revista. Outro fator importante é deste item é que ele deve ser avaliado “com pontuação inferior àquela deferida ao mesmo item se fosse original ou opcional de fábrica“.
Também foram alteradas as regras sobre o uso de rodas. Este é sempre um tópico polêmico. Além disso, é também o principal item excludente visto em veículos com placa preta irregular. A Carta de São Paulo diz que “rodas esportivas ou não, comprovadas pelo proprietário com apresentação de qualquer documento que ateste sua comercialização quando da fabricação do veículo serão acolhidas, contudo, com pontuação inferior àquela deferida ao mesmo item se fosse original ou opcional de fábrica“.
Para aqueles mais entusiasmados, porém as novas regras da Carta de São Paulo dizem que “serão toleradas alterações de aro e tala até 1”, somente com a justificativa de escassez de peças de reposição“. Portanto, pela interpretação que faço, podem ser utilizadas no Passat qualquer roda existente na época, desde que mantenha-se o aro 13”.
Também passa a ser permitida a avaliação de veículos transformados por empresas especializadas da época. Este é caso de Passat transformados pela Dacon e pela Sulam, por exemplo.
Outra mudança das regras fala sobre o “upgrade” ou “downgrade” de modelos. São citados alguns exemplos, como a alteração de Maverick SL para GT, Opala standart para SS, entre outros.
Fica subentendido então que um Passat originalmente de versão mais básica possa ser transformado para uma versão mais luxuosa ou esportiva e ainda assim obtenha a placa preta. O documento usa como justificativa evitar “o sucateamento de carros antigos acima apresentados que poderiam estar impedidos de circular pelo controle de emissão de poluentes“. Todas as modificações realizadas para fazer a alteração da versão, entretanto, devem ter sua pontuação zerada.
Estas são as principais mudanças. Interessado em ler toda a Carta de São Paulo? Ela está acessível e qualquer pessoa pode baixá-la no site da FBVA.