Alguém já teve a oportunidade de andar em um Passat táxi? Não os modelos atuais, que ainda assim eu não vejo fazendo este serviço, mas o nosso Passat? Na infância tive essa chance, em fins dos anos 80 e durante os anos 90 em poucas ocasiões. Mas, pelo menos no RJ, os Passat nunca foram os preferidos pra este serviço. Registros de Passat nessas ocasiões são sempre interessantes, e por aqui já tivemos pelo menos um post sobre o assunto, mostrando um Passat como táxi especial em meio a muitos Opalas e um Maverick.
A foto do post e o texto a seguir foram extraídos da “Revista da Associação Comercial”, atual “Revista do Empresário”, de uma edição de 1975. A nota tinha como título Prefeitura de São Paulo aprova versão táxi de 4 portas. E o texto falava especificamente sobre o Passat, que havia sido aprovado como táxi especial, que circulavam nas cores vermelho e branco. Um dos pontos mais interessantes do texto fala sobre as diferenças introduzidas na versão táxi. Dizia a nota:
“A versão especial do VW-Passat de 4 portas para os serviços de táxi acaba de ser aprovada pela Secretaria dos Transportes de São Paulo. O carro, desenvolvido por engenheiros do setor de Construção Experimental da Volkswagen do Brasil, foi apresentado na última semana ao sr. Mário Alves de Melo, secretário dos Transportes, e a outros técnicos, entre os quais o sr. Eduardo Dente (diretor do Departamento de Operações de Táxi – DOT), o coronel Loredano Cássio (diretor do Departamento dos Serviços Viários – DSV) e o comandante Celso Franco, este, ex-diretor do Trânsito da Guanabara e atual membro do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). Também o prefeito Miguel Colasuonno viu e gostou do veículo.
Devido às suas características de projeto e construção, o VW-Passat de quatro portas foi pela Prefeitura de São Paulo na “Categoria Especial”, criada de acordo com a nova política que objetiva dar melhores táxis aos paulistanos. Segundo essa classificação oficial, o Passat táxi disporá de 200 pontos de estacionamento exclusivos em locais privilegiados – estações de embarque e desembarque de passageiros e ruas mais movimentadas do Centro – e terá uma tarifa própria, cujos preços são superiores aos estabelecidos pelos táxis comuns: Cr$ 4,00 a bandeirada, Cr$ 1,30 por quilômetro rodado e Cr$ 15,00 para a hora parada.
Carro Especial
Em relação ao Passat de quatro portas normal, a versão táxi será bastante diferenciada, pois sairá de fábrica com taxímetro, tacômetro e outros instrumentos especiais, todos agrupados num console central. Essa localização foi projetada tendo em vista permitir fácil manuseio e visibilidade e, particularmente, com a preocupação de maximizar a proteção do motorista e do passageiro contra o risco de ferimentos em caso de acidentes. No console também estará localizado, como equipamento normal, o fone do sistema de rádio-comunicação, que possibilitará o controle dos veículos da frota pelas cooperativas de motoristas que deverão ser autorizadas a operar no sistema de táxis especiais.”
Alguém já teve a oportunidade de ver um Passat com estas modificações de fábrica?
Meu pai teve um Passat 1975 no Táxi Especial de SP, hoje a Cooperativa chama-se Rádio Táxi Vermelho e Branco, era um carro de linha, havia um Tacógrafo com 20 cm de diâmetro (aparelho que registrava velocidade em um disco de papel). Acredito que foi vendido junto com um console de madeira revestido de vinil preto como era comum na época. O taximetro era um Capelinha com suporte na frente do painel, possuía também rádio acredito UHF Motorola com microfone numa pequena unidade fixada sob o painel e outra maior no porta malas.