E vamos abrir 2018 na Home-Page do Passat falando sobre filmes! O cinema brasileiro dos anos 70 e 80 é recheado de cenas que enchem os olhos do espectador fascinado por carros nacionais antigos. Quem aqui, mudando os canais da TV, nunca parou diante de uma cena de trânsito daquela época? Seja em filmes ou novelas antigas, a presença dos carros acaba aguçando a nossa curiosidade. E este é o caso do filme “Muito Prazer“, do diretor David Neves, lançado em 1979.
Este filme é um caso atípico dentro do cenário dos lançamentos daquela época. Apesar do título ter dupla interpretação, “Muito Prazer” não faz parte da extensa lista de pornochanchadas que tiveram seu auge nos anos 70. A história conta, pelo menos no núcleo principal, com ótimos atores, e tem uma história baseada no cotidiano de três arquitetos que são sócios de um escritório na Zona Sul carioca.
Ao mesmo tempo, “Muito Prazer” traz uma história paralela com três garotos de rua que vendem balas e amendoim no sinal em frente ao escritório, o que faz suas histórias se cruzarem em alguns momentos. O excelente trio de protagonistas é formado pelos atores Otávio Augusto, Cecil Thiré e Antônio Pedro (que também foi muito conhecido por interpretar os personagens Bicalho e Celso Piquete, nos programas do Chico Anysio).
A história pode não ser digna de um Oscar, mas é agradável e divertida. Ainda em 1979, “Muito Prazer” levou os prêmios de melhor filme, melhor fotografia e melhor ator (para Otávio Augusto) no Festival de Brasília. Há, como em toda produção nacional (e boa parte das estrangeiras, não sejamos incoerentes) cenas de nudez. Porém, sem exageros e não sendo o foco principal da história, como era o comum dos filmes nacionais de então.
Sobre os carros, podemos ver ao longo do filme um festival de Passat, Fusca, Corcel, Opala e tantos outros modelos. O personagem do Otávio Augusto, por exemplo, é visto algumas vezes dirigindo um Gurgel Xavante. Em uma das cenas é possível notar a revista Quatro Rodas de janeiro de 1979 pendurada em uma banca. A capa desta edição trazia o Passat TS.
Mas a grande cena, pelo menos pra nós fãs do Passat, está reservada para o trecho final do filme. Apaixonado pela esposa de um dos amigos, o personagem de Cecil Thiré vai até a casa dela, mas não é atendido. Seu carro é um Passat 4 portas, que eu arrisco dizer ser Vermelho Vila Velha. Garras e “poleiros” nos pára-choques, conforme muitos gostavam naqueles tempos. Os detalhes e o desfecho da cena eu deixo pra vocês assistirem. Mas adianto que outros Passat aparecem, inclusive outro modelo 4 portas, além de Maverick, ônibus e um caminhão FNM.
Pra quem gosta de carros, as cenas externas do filme “Muito Prazer” são um prato cheio. Como bônus do post, deixo aqui outra cena que hospedei no meu canal pessoal. Nesta, também aparecem alguns Passat, mas o foco é num já velho Gordini.