A marca de 150.000 unidades do Passat foi atingida no mês de junho de 1977, no mesmo mês em que o modelo completava 3 anos de lançamento no Brasil. O jornal O Poti, de Natal, trouxe na sua edição do dia 26 de junho daquele ano a reportagem “Passat chega a 150.000 com recorde de vendas”, com o texto a seguir:
A Volkswagen fabricou no dia 7 o VW Passat de número 150.000, marca atingida exatamente 3 anos após o seu lançamento no Brasil e após novo recorde de vendas do automóvel, registrado no último mês de maio.
A venda em maio de 6.882 VW Passat nos mercados interno e externo superou em 630 unidades o recorde anterior que havia sido obtido em abril. Com isso, as vendas acumuladas do VW Passat nos cinco primeiros meses de 1977 atingiram no mercado interno 26.012 unidades, o que indica também um aumento recorde de 41,6% em relação ao mesmo período do ano passado, índice não igualado por qualquer outro modelo, mesmo pelo fenômeno VW Brasília, cujas vendas no país foram evoluíram 8,3%, totalizando 57.811 unidades.
Para o mercado externo já foram embarcados mais de 2.000 VW Passat, especialmente para países árabes e da América Latina. Em abril último foi iniciada a remessa das primeiras 168 unidades no regime CKD para montagem pela DMG Incorporated, das Filipinas, que importa também o VW 1300 Sedan e o VW 1600 Brasília. Além disso, das linhas de produção da fábrica de São Bernardo já saíram perto de 325 mil caixas de câmbio e 132 mil motores, destinados aos VW Passat alemães.
Razões do sucesso
Desde o seu lançamento, o VW Passat continua sendo o automóvel brasileiro mais avançado, tanto em termos de projeto e construção como em estilo. Além da carroceria monobloco, com áreas de deformação contra impactos na frente e atrás, calculadas por computador, o carro incorpora algumas soluções exclusivas da mais moderna engenharia automobilística, como o sistema de suspensão dianteira com raio negativo de rolagem, resultante da maior inclinação do eixo de giro das rodas dianteiras e que neutraliza os efeitos da desaceleração provocada pela frenagem, corrigindo a tendência à derrapagem. O resultado é a auto-estabilização do veículo, que se mantém na direção do alinhamento da pista de rolamento, mesmo na emergência do estouro de um dos pneus dianteiros.
O motor do VW Passat também é o de mais moderna concepção, com válvulas na cabeça, sistema de arrefecimento baseado num reservatório de auto-compensação, acionamento das válvulas diretamente pelos cames da árvore de comando (significa menor percurso de acionamento, poucas peças e reduzidas massas em movimento) e lubrificação através de uma bomba de engrenagens dotada de um filtro de fluxo total e duas válvulas de segurança.
Bloco de ferro fundido com árvore de manivela forjada com oito contrapesos e apoiada em cinco mancais, pistões côncavos e válvulas com tuchos tipo copo, são outras características que explicam a resistência do motor Passat, o seu funcionamento preciso e silencioso e facilidade de manutenção.
Em termos práticos, porém, a grande vantagem do conjunto mecânico do VW Passat, todavia, está no desempenho superior a qualquer automóvel e de sua classe fabricado no Brasil. Pesando 860 kg e com um motor de pequena cilindrada de 1.500 cm³ (Passat TS tem 1.600 cm³), mas que desenvolve 78 cv (SAE) de potência bruta, ele tem uma excelente relação peso potência de 11 kg/cv, características responsáveis pela aceleração rápida (0 a 100 km/h em 15,3 segundos), pela invencibilidade nas provas de pista ou em rallyes, e, especialmente pelo consumo de apenas 12 quilômetros com um litro de gasolina comum, perfeitamente dentro do padrão Volkswagen de economia.